Quando Henrique Wautthier, 37 anos, e Carine Druzian, 36, decidiram que queriam voltar de Blumenau para Santa Maria, terra natal de Carine, logo veio o desejo de abrir um negócio profundamente identificado com a cidade. Eles queriam criar algo que tivesse a cara de Santa Maria, desse retorno financeiro, movimentasse o mercado de tele-entrega de comida e fosse marcado pela inovação. Foi assim que os ex-bancários criaram a Mama Mia (hoje, Santa Mania Superpizzas), trazendo como novidades as pizzas de 50 centímetros de diâmetro e um serviço diferenciado de delivery, forno a lenha e receitas padronizadas.
- Começamos com os sabores tradicionais, e as pizzas eram todas iguais, com a mesma quantidade de recheio. Há oito anos é assim. A nossa ideia foi pensada para Santa Maria, para as famílias daqui e para aquelas famílias que se formam aqui, entre os estudantes que moram juntos - conta Wautthier.
O casal já tinha trabalhado com alimentação antes, mas nunca com pizzas. Por isso, quando a ideia surgiu, há cerca de 11 anos, os dois começaram a estudar o produto e planejar como seria o negócio. Para pegar prática, Wautthier trabalhou como voluntário na pizzaria que ficava ao lado da casa dos dois em Blumenau durante cerca de 20 dias. Entender os processos da produção foi importante na implantação da então chamada Mama Mia.
- Na época, a maior pizza do Brasil media 45 centímetros de diâmetro. Então tivemos que inventar muita coisa: as embalagens, a caixa para carregar a pizza na motocicleta, os equipamentos usados na produção. Poderíamos até ter patenteado, já que as pizzarias que vieram depois acabaram aproveitando o que já tínhamos criado - explica Carine.
No começo, estava o preço baixo
Nos primeiros tempos da nova pizzaria, Carine e Wautthier tinham como meta vender pelo menos 20 pizzas por dia, o suficiente para pagar as contas. Mas a estratégia da agressividade no preço baixo deu mais certo do que era esperado: no primeiro dia foram 54 entregas. Conforme o planejamento com base nas estatísticas estudadas em treinamentos do Sebrae, eles estavam dispostos a esperar seis meses para chegar a 50 pizzas por dia. Por isso, logo foi necessário ampliar:
- No primeiro ano, a ideia era que a Carine fizesse o atendimento, e eu, com mais três funcionários, trabalhássemos na produção. Mas em seis meses já tínhamos 20 trabalhadores e 20 entregadores terceirizados, e foi necessário fazer uma reforma.
De lá para cá, o crescimento nas vendas foi possível com melhorias nos processos, que ficaram mais eficientes. Hoje, nos consideramos uma indústria - relata Wautthier.
Para o técnico do Sebrae, Carlos Eduardo Machado dos Santos, dinamismo é importante:
- O empresário de pequenos negócios tem capacidade de implantar inovações mais rápido. Diferentemente de grandes empresas, ele tem toda a gestão do negócio nas mãos, pode acompanhar o atendimento e as necessidades dos clientes de perto.
E a procura foi gigante
- A gente viu que tinha sido bem aceito quando as pessoas concordavam em esperar duas horas pela pizza - conta Carine.
A demanda que motivou a iniciativa da pizzaria também resultou em outras inovações. Com o tempo, foi criada a meia pizza gigante, para duas pessoas, e o calzone, para uma. E também foi para atender a pedidos, que o restaurante foi criado. Mas sem formalidades, pois a ideia era o cliente sentir-se em casa, até ao comer com a mão.
- Em um mercado extremamente competitivo como no segmento de alimentação, trazer uma nova versão para um produto tradicional focando inicialmente os estudantes é uma boa saída - analisa Santos.
Há cerca de quatro anos, veio a ideia de expandir a pizzaria para outras cidades, com base no pedido de clientes. Para isso, foi necessário trocar o nome da empresa, já que o registro para a "Mama Mia" estava demorando para sair.
- E com "Santa Mania" fazemos um jogo de palavras com Santa Maria - ac"